segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

29º e 30º dia DIA – 18 e 19/01/2014 – domingo e segunda.



29 dia – Domingo – Santana do Livramento a Imbituba (SC) – 860

Acordei cedo e resolvi fazer uma comprinha pois tinha 100 dolares sobrando. Fui ate Rivera e as 9 já tinha algumas lojas abertas. Estava querendo um perfume, Amarula e talvez um par novo de telefones sem fio. Bati perna pelas 5 ou 6 lojas que estavam abertas no domingo e não achei telefones no valor que queria. Comprei o perfume, o Amarula e piquei a mula.

Fui até o estacionamento que ficava a 3 quadras do hotel, peguei a chave da Ranger, completei a água e daí fui ao hotel pagar e pegar as malas.
Sai as 11 da manhã. Segui em direção a Porto Alegre para depois pegar a BR 101. Estrada boa, mas pista simples e com muitos sobe e desce. E o calor gentemmmmm. O que era aquilo. Acho que estava uns 40 graus. E eu com medo que minha gambiarra estragasse. O ar condicionado da Ranger não estava aguentando com o calor, então segui com as janelas abertas.

Quando se chega a Porto Alegre não é necessário nem entrar nela, a Freway rodeia a cidade e é só engatar uma quinta e sair rodando.
Foi ai que comecei a notar uma perda de potencia na Ranger. Quando pegava uma subida ela já não respondia com rapidez. Estava mais fraca e chocha.

Mesmo assim fui tocando com o olho na temperatura. Deu pra tocar até Imbituba – SC onde achei, por indicações, um hotel de beira de estrada que tivesse AC e ventilador de teto, o que com o calor que fazia era imprescindível para um curitibano como eu acostumado a temperaturas de no Max. 30 graus.

30º dia – Segunda feira – Imbituba a Curitiba 442 Km (com desvios)

Já estava ansioso para chegar a Curitiba de modo que sai cedo. ‪#‎SQN‬...

Pra variar dormi demais. Sai lá pelas 10:30 e pelo que dizia o GPS eu chegaria em Curitiba as 13:30. Sonha Marcelino....

Chegando na entrada de Floripa, anda, para, anda, para, anda, para... E assim foi nesse ritmo e depois da entrada da cidade deslanchou. Eu pensei ”Oba, agora a coisa vai”. Vai é parar de novo.

Depois de Florianópolis e logo depois do primeiro pedágio em direção ao norte começou mais um para e anda. E eu ansioso e nervoso com a Ranger, pensando que naquele calor ela já ia ferver e se acabar por ali mesmo. E assim seguimos até a entrada para Brusque quando eu emputeci e pensei “já que estou de férias, vamos passear mais um pouquinho”. Entrei para Brusque, uma estradinha de mão dupla e cheia de curvas com caminhões. Lenta... mas pelo menos andava, nem que fosse a 60 por hora, qualquer coisa era melhor do que andar 10 metros e parar de novo e assim sucessivamente.

De Brusque fui a Gaspar, dali a Blumenau, então segui uma rodovia que me deixou depois da entrada de Joinville (ou seja antes da entrada para quem vem do norte).

Chegou a subida da serra, e eu nervoso. Parei, tomei uma água de coco gelada, um copo de caldo de cana. Completei água no radiador e no reservatório e comecei a subir.

Ai é que eu vi que realmente alguma coisa deve ter acontecido com o motor. A Ranger estava chocha que só, cheguei a baixar pra 3ª marcha a 60 Km/h na subida. E a temperatura subindo. Ou seja, deve ter queimado a junta do cabeçote e algum(s) pistão(ões) perdeu compressão.

Passado a parte mais forte da serra, segui mais tranquilo, sem forçar e por fim cheguei em casa ao som de “infinita Higway” dos Engenheiros do Hawai.

Afinal amigos:
“Nós não precisamos saber pra onde vamos, nós só precisamos ir.”

27º e 28º DIA – 16-17/01/2014 – sexta, sábado



27º dia – sexta - Mendoza a Nagoya (Entre Rios) – 1000 Km.

Paulada... Mesmo com a Ranger fervendo e com problemas de arrefecimento fiz esta loucura de rodar 1000 Kms em um deserto de 45 graus. Foi de lascar.

O Ar condicionado não estava mais conseguindo esfriar de tanto calor que estava. Foi melhor desligá-lo e seguir com as todas as janelas abaixadas. Um inferno de porta aberta. A cada 200 Km eu dava uma verificada e completava o nível de água. Assim não tive problema de aquecimento e pude rodar num ritmo de uns 100 Km/h tranquilamente.

Inicialmente eu queria ficar em Rosário, uns 100 Km de onde fiquei. Mas achei que era cedo pra parar. Resolvi tocar mais 56 Km até Victória. Chegando lá fiquei procurando lugar para dormir... Fui em vários hotéis (pq sem AC não daria pra dormir) e nada de ter lugar. Comecei a desconfiar... Perguntei num outro hotel pq estava tudo lotado e eles me informaram que sábado e domingo teria o Carnaval da cidade que era muito bem cotado na região e por isso tudo estava lotado. Até achei lugar para dormir, mas era uma suíte com hidromassagem e custava os olhos da cara.

Decidi seguir para a cidade seguinte, Nagoya, em cujo Gran Hotel, no ano passado meu tio foi roubado em 800 doletas. Claro que não fiquei no mesmo hotel e sim num outro que era melhor, o Hotel Luz. Bom quarto, boa internet (quando funcionou) e preço justo, 230 pesos, algo como 60 reais, mais ou menos.

28º dia – Sabado - Nagoya a Santana do Livramento – 540 Km

EU pretendia chegar mais longe no dia de hoje, mas problemas alfandegários e com a Ranger me fizeram rodar menos.

Como já relatei, a Ranger andava fervendo um pouco as vezes e eu tinha de completar a água do reservatória de expansão e do próprio radiador às vezes. So que desta vez a temperatura subiu e eu não vi. Quando vi e parei, abri o capô e vi que tinha quebrado um peça de plástico do arrefecimento do motor e por ali vazava toda água que eu colocasse. Foi a terceira vez que ferveu na viagem e desta vez a temperatura foi lá pro vermelho. Achei que o motor ia pro espaço.

Olha daqui, pensa dali, fuça daqui e nada dentro do carro tinha o formato adequado para tapar o buraco...

Então eu achei a única coisa que cabia certinho no buraco aberto: uma caneta esferográfica... Não tive dúvidas, foi aquilo mesmo. E ficou bom, pois quando se fechava o capô, a tampa agia como uma trava, forçando a caneta no orifício aberto e vedando quase que totalmente o lugar. Coloquei a caneta, um super bonder e mandei ver até Feira de Santana, divisa com Rivera – Uruguai. Tudo isso com o C# na mão.

Cheguei em Rivera, dei baixa no passaporte e achei um hotel a 90 pilas com AC. Por ali fiquei.

Antes de dormir fui deixar a Ranger no estacionamento do hotel e substitui a caneta por uma peça de metal de um utensílio doméstico que comprei na Argentina, antes de sair de lá. Ele tinha um cabo de metal que ia aumentando de diâmetro, o que era perfeito para se encaixar no lugar da caneta. Tirei a caneta, sequei bem o local, passei mais super bonder, coloquei a peça de metal e depois uma cola com o nome de “pra que prego”. KKKKK

26º DIA – 16/01/2014 – quinta feira



Mendoza

Resolvi que vou dar um tempo hoje aqui em Mendoza. Porém não fui fazer passeios em bodegas e etc. Fui apenas passear a pé e a tarde de carro.

Sai pela manhã para conhecer as ruas da cidade. Aqui quase todas as ruas são bem arborizadas e sombreadas o que, com o calor que faz por aqui no verão, é mais do que adequado. Sério gente, deu 40 graus a tarde. Fui a Av. San Martin, a principal, na Plaza Independência, Plaza San Martin e fiquei batendo pernas por ali entrando em lojas, vendo como era o ritmo da cidade. Na volta passei em um restaurante que estava aceitando dólar a 1 por 11 !!! Eu tinha uma nota de 20 dolares e almocei uma parrilada (churrasco) com salada e cerveja e ainda sobou um bom troco.


Voltei para o hotel e já era a hora da siesta. A rua estava quase deserta. Um baita contraste com as ruas fervilhando de gente de antes. Mas com um calor de mais de 40 graus não tem como não querer se esconder. Eu voltei para o hotel para dar uma dormidinha e só acordei as 5:30 h...
Então fui até o parque da cidade que tem um morro onde eles colocaram algumas estátuas e tem um belo visual e depois tentei ir numas bodegas. Tudo estava fechado as 19:00 h. Pensei que fechavam mais tarde por causa da siesta... Me lasquei.

Voltei para o hotel. Comprei mais uns vinhos e fui dormir. Alias comprei 32 vinhos para mim e 3 para um amigo.

24º e 25º DIAS – 14 e 15/01/2014 – terça e quarta.




24º dia
Hornopirén a Curicó– mais ou menos 900 km

Dia de estradão apenas, nada a relatar a não ser q a Ranger ferveu uma vez só.
Uma nota importante: que estrada esta do Chile, quase que impecável. Pista dupla de Puerto Montt a Santiago onde vc engata uma 5ª. E vai embora, só reduz pra parar nos diversos pedágios e quando quiser para naqueles postos espetaculares da Copec....
Dormi no Hostal Boutique Oregon. Foi na indicação do GPS. Ótimo, só não ganha excelente pq não tem onde colocar o sabonete no banho e o papel higiênico fica solto em cima do vaso sanitário. Ok, ok, a porta do banheiro tbm estava suja. Mas pelos padroes da minha viagem, ficar num quarto com 5 camas...... uau.


25º dia
Curicó a Mendoza – 544 Km
Deslocamento, mas por um caminho bonito ao menos. A cordilheira dos Andes. Só que as estradas me deixam nervoso. E aqueles túneis ainda??? Que é aquilo. Parece q não acaba. Dá até uma certa claustrofobia.
E então chega Los caracoles...
Curvas e mais curvas subiiiiindo, subiiiindo. Chega-se a uma altitude de 3.200 m, meu novo recorde pessoal. Logo terei de bater este recorde. Só que eu não parei para tirar fotos. Estava cansado de estrada e não queria ficar atrás de caminhões.
Depois chega a aduana integrada... Pense num troço lento. Acho que perdi bem umas 2:30 h a 3 h por lá. Uma fila enorme de carros que foi de lascar.
Despois da chatisse, começa a descida dos Andes. E no meio da descida tinha um acidente. Mais meia hora perdida. Resultado, o que era para ser 7 horas foram mais de 10 horas de estrada.
Um visual muito bonito, mas eu á ando mareado de estrada, nem parei para tirar foto. Só em movimento (poucas).

23º DIA – 13/01/2014 – segunda.



Chaitén a Caleta Gonzalo a Hornopirén– 70 km.

Hoje foi o caso de: quem não se comunica se trumbica.

Como falei em outro relato comprei passagens para ir de ferry de Caleta Gonzalo a Hornopirén. O caso é que não me informei bem como seria esta travessia nem como era a tal Caleta Gonzalo. Só sabia que sairíamos as 15:45 h.

Bueno, as 9:00 h terminei o café da manhã, peguei as coisas, fui para o carro. Completei a água do radiador e dei uma geral nas coisas que estavam um pouco bagunçadas. Sai lá pelas 10 para as 10 h pensando em chegar em Caleta Gonzalo e passear pela “vila”. Mais 5 km de asfalto e 55 de uma boa estrada de terra. O detalhe que chama a atenção neste trecho é que ele passa por um pedaço da floresta destruído pela erupção do vulcão Chaitén em 2008. Essa erupção destruiu também boa parte da cidade que ainda esta se reestruturando. Outro fato curioso da estrada é que um trecho dela faz parte de uma pista de pouso!!! Cuma??? Isso mesmo, seu leito é uma pista de pouso, de modo que tem uma cancela para fechar a estrada se um avião for pousar.

É tbm um trecho de grande beleza dentro de um parque natural privado, o Parque Pumalin. Na estrada podemos ver vulcões nevados, lagos e fiordes quase sem nenhuma população. A organização tbm é impecável com trilhas bem delimitadas, locais para acampamento, cabañas para alugar (80 reais para 4 ocupantes), centro de informações turísticas, restaurante e lanchonete etc.

Só que a minha surpresa é que Caleta Gonzalo é apenas um embarcadouro que tem apenas a estrutura que relatei... Não é uma Vila!!! Cheguei lá as 11:10 h e teria de esperar até 15:45 h sem ter o que fazer... Bem, fiquei batendo perna pelas instalações e em uma trilha q ficava perto do cais.

Chegada a hora, cadê o ferry???? Perguntei pro encarregado e ele me disse que no outro embarque tinham muitos carros e por isso demorou. Tbm disse que o outro trecho de balsa estava atrasado. Como é??? Tem outro trecho de balsa? Isso mesmo, pega-se a balsa primeiro para um trecho de 40 minutos até um embarcador no fiordo Largo depois segue por 10 Km de estrada de terra (de novooooo) e pega outra balsa, desta vez maior e tem o trecho de sei lá quantas horas de ferry até Hornopirén.

Ai meus deuses... Muito legal, mas cansativo. Resultado: saímos atrasados, demoramos a sair com o outro ferry e só chegamos em Hornopirén as 21:30 h. Deu até para cochilar dentro da caminhonete. Pena que hoje o dia não colaborou e estava mais nublado que com sol. Assim não deu para curtir tanto o passeio de ferry. E pensar que o outro ferry que eu queria pegar seriam 12 horas de navegação..... pense nisso!!!

Chegar para se hospedar numa cidade a noite é um porre, a gente acaba pegando o que vier pela frente e no meu caso, foi mais uma hospedagem com banheiro compartilhado. Fazer o que né?

Mañana tem o fim do fim da Carretera até Puerto Montt e daí por diante é caminho da roça. Vem os tediosos trechos de deslocamento sem muitas atrações no caminho.

Ainda tenho que planejar mais para ver até onde consigo chegar no dia. Estou achando que poderei chegar dia 21.

22º DIA – 12/01/2014 – domingo.




Puyuhaupi ao Ventisqueiro e a Chaitén – 260 km.

8:30 h eu estava tomando o café, pãezinhos mal dormidos do dia anterior. Mas como não tinha ninguém pra reclamar ficou por isso mesmo.

Sai direto para o Parque Queulat para fazer a trilha do Ventisqueiro Colgante. Voltei 30 km daquela estradinha de terra, paguei a entrada e segui para o estacionamento. Lá chegando encontrei uma turma de viajantes brasileiros vindos do Rio Grande do Sul. Estavam em uns 6 veículos.

Tinham duas trilhas, uma mais curta ia para uma pequena laguna e dava uma visão muito ao longe do glaciar. A outra, de 3.3 Km, subia um morro ao lado para ter uma visão bem melhor da atração.

Então vamos caminhar. Primeiro trecho até a base do morro, tranquilo. Segundo trecho, começa a subida em dezenas de zigue zagues. Na volta eu contei e foram mais de 30 curvas para suavizar a subida. Chegando ao alto a trilha se estabiliza se tornando quase reta a não ser por alguns sobe e desce não muito fortes. Anda-se na crista do morro quase por todo o caminho, assim geralmente têm ladeiras para os dois lados da trilha.

Confesso que com meu físico de sedentário que sou, sofri na parte da subida, mas o restante do caminho foi uma caminhada de média dificuldade. Eu me admirei com minha capacidade. Fiquei imaginando que se eu fizesse exercícios físicos mais rotineiramente seriam muito mais fáceis estas minhas viagens.

Quando se chega ao mirante e se descortina aquela maravilha antes seus olhos todo o cansaço é esquecido e eu fiquei de boca aberta ante aquela beleza. Eu já usei esta palavra neste relato? ESPETÁCULO. A geleira e as duas cascatas de derretimento que caem de uma altura de centenas de metros e de deixar a gente boba. Fiquei lá uns 20 minutos, tirei dezenas de fotos e claro que pedi para uma pessoa tirar fotos de mim mesmo.

Desci de lá em êxtase, feliz da vida por mais um objetivo alcançado. Infelizmente, apesar de terem outros lugares para se ver no parque eu estou com o cronograma atrasado devido a quebra da Ranger e tinha que seguir a Chaitén.

Então mais ou menos as 13:30 h peguei novamente a estrada voltando 30 km a Puyuhuapi para abastecer e pegar o penúltimo trecho de estrada de terra até Chaitén. Aviso aos que querem se aventurar: este trecho está sendo asfaltado e se anda quilômetros e quilômetros sobre britas com muita, mas muiiiiiiiiiita poeira. Mais até do que as estradas que eu peguei até agora. Tem um trecho de uns 5 a 6 km com asfalto novo e uns 50 desde um rio que não lembro o nome meu destino de hoje. O resto é pó, pó, pó, pó, pó, pó, pó, pó e mais pó. Além do mais tem que se ficar muito atento pq desliza muito, não se pode descuidar. Fica-se muito tenso neste trecho para no final ter o alivio dos últimos km de asfalto.

Pouca opção de hospedagem, uma boa, porem cara, e outras meia boca. Fiquei novamente numa casa de família bem fuleira, mas não sou de luxo mesmo.

Hoje (13/01) serão 60 Km de terra, balsa e daí pra frente só asfalto. Uebaaaa.

21º DIA – 11/01/2014 – sábado.




Villa Cerro Castillo a Puyuhaupi - 258 Km de asfalto e 57 de terra.

Acordei tarde, para variar. Tomei o desayuno as 8:30 e fui para estrada. Destino: Coihaique....


Pela primeira vez na Carretera por asfalto. Um tapete de estrada. Passei tbm pelos caracoles da Carretera que sempre aparecem nas fotos quando se pesquisa sobre ela. Montanhas nevadas, montanhas de terra nua, florestas frias de ciprestes e as sempre presentes lagoas e cascatas.

Cheguei em Coihaique para comprar a passagem para Puerto Montt. O ferry saia no domingo, e era sábado... Pensei: vamos ver se dá. Mas não dava, não tinha mais espaço no ferry de domingo. Quando então??? Só sexta feira que vem... O que?????????? Que bo$%@. Não tem outro jeito? Só se vc for a Caleta Gonzalo, que é 60 km de terra a frente de Chaitén, lá tem ferry todos os dias indo a Hornopirem, perto de Puerto Montt. Bueno, se não tem outro jeito.

Comprei a passagem para segunda as 15:30 h. Acho que assim vai ser melhor, vou fazer a Carretera INTEIRINHA.

Agora terei que rodar mais para estar em Caleta Gonzalo segunda-feira a tarde. Segui então para Puerto Cisnes pensando em posar lá para no outro dia sair cedo e conhecer o Ventisqueiro Colgante.

Pé na estrada, asfalto ainda. Segue aquele tapete de estrada até a bifurcação para Puerto Cisnes. Como ainda estava bem cedo, resolvi encarar os últimos Kms até Puyuhaupi. Aqui a estrada entra numa floresta de fazer inveja a Serra Do Mar no Paraná. É o Parque Queulat. E como estávamos no alto da serra, para se chegar ao litoral tem que descerrrrrrrr. E tome descida nisso.

Um zigue zague tão grande que fotografei o GPS para vcs verem.

Então termina a serra e começamos a seguir perto do nível do mar. É o Pacífico aparecendo em uma enseada. Antes disso, a 30 km da cidade tem a entrada do Ventisqueiro. Pensei em acampar pela primeira vez, mas o camping lá era muito precário.

Segui até Puyuhaupi e  fiquei na hospedagem Carretera Austral, só para combinar.

No outro dia fui ao ventisqueiro antes de seguir a Chaitén, penúltimo trecho antes da balsa e da civilização.

Obrigado aos que estão mandando bons fluidos para a minha viajem.

Um abraço aos viajantes virtuais.

20º DIA – 10/01/2014 – sexta



Cochrane a Villa Cerro Castillo - 274 Km

Após o teste pela manhã da caminhonete resolvi seguir viagem para Puerto Tranquilo e ver as Capillas de Marmol. O dia estava fantástico, muito sol, poucas nuvens e pouco vento. Novamente segui na barranca do rio Baker até a localidade de Puerto Bertrand, no lago do mesmo nome. Gente, aquelas fotos onde a água aparece azul não é falso não, não mexi nada na foto. O rio é azul turquesa mesmo e em outros trechos verde claro.


Depois do rio tem a beira do lago General Carrera de novo, só que desta vez do outro lado, o contrario da ida a Chile Chico. Outro espetáculo azul e verde das matas ao redor. Sim, pq no lado que vai a Chile Chico as coisas começam a ficar cinzentas quando se está perto da fronteira com a Argentina, mas do lado chileno tem muito verde e várias florestas.

A 6 Kms de Puerto Tranquilo (depois para quem vai pro sul e antes para quem vai pro norte) tem uma placa que diz “Bahia Mansa”. Ali partem passeios para as Capillas e é muito mais perto das formações do que sair da vila. Além disso é mais barato por sua proximidade. Quando eu cheguei tinha um casal com uma filha quase saindo e me juntei ao grupo. Saiu por apenas 7500 Pesos chilenos. Na vila é bem mais caro, acho que 20000 por cabeça.

O barquinho zarpou e logo estávamos nas formações. Gente, é realmente impressionante aqueles cogumelos de mármore cinza azulado, branco e de diversas tonalidades emergindo das águas azuladas e quase transparentes do lago. Gente é lindo demais. Tirei foto até de pedra submersa de tão impressionado que estava. São 3 formações: a capela, que é a menor; a catedral e o túnel. O legal é que dá para entrar nas formações e passear por dentro delas de barco. No túnel inclusive, dá para descer do barco para se tirar foto. É interessante ver a erosão da água deixar na pedra umas marcas parecidas com escamas de peixe.

DEMAIS.

Mais uma das minhas metas alcançadas.

Como ainda era cedo e eu tinha perdido 3 dias parado resolvi seguir viagem para Villa Cerro Castillo. A estrada segue fazendo imensos zigue-zagues pelas montanhas e por lá se chega a Vila que falei. Fiquei na hospedagem (esqueci o nome) que tinha restaurante e onde eu comi parte de um enorme sanduíche de bife com ovo.

Só por hoje.

17º a 19º DIA – 07,08 e 09/01/2014 – Terça, quarta e quinta.



    Cochrane (de novo??) - 0 Km

    17º a 19º dia....


    Não aconteceu nada nestes dias, fiquei novamente no hostal Central da dona Trudy esperando que a peça pedida pelo mecânico chegasse de Santiago... Isso mesmo, da capital federal do Chile, a 2 mil e tantos kms de Cochrane.

    Um dia destes inclusive choveu o diaaaaa inteiiiiiro.

    Quinta a tarde me chega o mecânico pra dizer que a peça chegouuuu. Mas nao era a peça que servia na Ranger. Mandaram uma bandeja e pivô de Ranger 4x2 que é diferente. Acho que o mecanico ficou chateado tbm e viu a minha cara de desanimo e resolveu "acer uma invencion", ou seja fazer uma gambiarra, no bom português. Eram 11 da noite do Chile quando o cara terminou de instalar a bandeja com um pivô q não sei de q carro é, só que é bem robusto.

    Ele me pediu para sair passear por perto da cidade pela manhã no outro dia para testar. Dia 10 pela manhã sai pescar, fui numa santinha q tem na beira da estrada, dei uma forçada nuns buracos e tudo bem.

    Segue no dia 10, o vigésimo dia de viagem.

15º (mais detalhes) e 16º DIA – 05 e 06/01/2014 - domingo e segunda



Domingo e segunda. Off Carretera.

Chile Chico 20 Km e Chile Chico a Cochrane (de novo??) - 180 Km

15º dia.
Bem já relatei o que fiz no domingo... NADA. Só descansei e bati pernas pela cidade.

Na verdade minha única intenção era pegar a balsa de Chile Chico a Puerto Ibañes a pé. Ela atravessa o lago General Carrera em 2:20 h mais ou menos, para retornar a Chile Chico depois de 50 minutos parada na outra cidade. Ai seriam mais 2:20 de navegação. O dia estava bem ventoso, mas o céu tinha poucas nuvens, acho que seria um belo passeio e tiraria muitas fotos. Porém como eu já relatei eu perdi a balsa por 2 minutos e foi pq esqueci que era as 16 h q ela saia.

Já devo ter escrito que passei a fronteira para ir abastecer na Argentina, por isso aumentei a quilometragem do dia para 20 Km. Caramba, que diferença: em Chile Chico tudo morto, parado, em Los Antiguos – Argentina gente nas ruas, sorveterias e lanchonetes abertas, lojas de recuerdos cheias de turistas. Acho q os chilenos estão perdendo grana para os argentinos. Pode ser que o preço dos combustíveis no Chile por ser mais alto q a Argentina desestimule os passeios.

16º dia.
Acordei cedo, postei msgs no face e tomei o café da manhã. Alias, sempre como o que tiver pela frente no café da manhã pq ele tem se tornado a minha principal refeição durante esta viajem. Sempre tem algo que atrapalha a hora do almoço, ou eu chego muito cedo numa cidade, ou muito tarde, ou as belezas são tão grandes que me esqueço de almoçar. Ontem eu não almocei, mas pelos problemas que vcs já saberão (ou já sabiam).

Sai de Chile Chico com a intenção de ir para Puerto Tranquilo fazer o passeio pelas Capillas de Marmol (Capelas de mármore). Voltei todos aqueles Km da viagem de sábado pelo Paso de las Llaves, com aqueles penhascos maravilhosos e tudo mais q vcs já viram. Apesar de que o tempo não colaborou com o visual, estava ventando demais, nublado e chovia um pouco.

Fui seguindo e tirando fotos como sempre, sem problemas. Já tinha passado a pior parte do caminho quando entrei na vila Puerto Guadal. Passei a vila e segui 1,5 Km adiante quando num dos muitos solavancos da estrada a Ranger faz um grande barulho e deu uma guinada para a direita me forçando para fora da estrada. Eu estava numa pequena subida e sem nenhum despenhadeiro ou coisa que o valha ao lado. Segurei no braço e consegui trazê-la de volta a estrada ai parei para ver o que era.
Tinha quebrado o pivô de cima do lado direito. E eu tinha trocado os dois lados antes de viajar pq estavam ruins...

Fiquei desolado, emputecido, chateado. Ao mesmo tempo fiquei muito agradecido a Deus e aos meus guias porque se aquilo tivesse acontecido perto de algum daqueles despenhadeiros eu não estaria aqui para contar a história.

Pensando no que fazer eu lembrei que tinha o telefone da dona do hostal em Cochrane, dona Trudy Lopes. Liguei para ela e relatei qual era o problema. Ela prontamente ligou para umas pessoas e depois quando eu liguei de novo ela falou que conseguiu um caminhão para me resgatar. Eu estava a 75 km da cidade. Então fiquei lá esperando a chegada do “socorrista”.

Depois e 2:30 h chegou um cara com um caminhão q não era guincho... Pensei, e agora, como vamos colocar a Ranger lá se ela não pode rodar? O jeito que o homem arrumou foi sacar a parte do pivô q quebrou do lugar e encaixar suavemente o pedaço de 2 cm q sobrou no pivô. Depois de muito esforço conseguimos fazer isso. Assim pude rodar devagarinho até um barranco onde coloquei a Ranger na carroceria do caminhão. Feito isso, rodamos os 74 km até Cochrane muiiiiiiiito lentamente e lá chegamos as 21:30 h.

Hoje (07/01/14), o mecânico veio aqui ver se ele tinha a peça. Não tem! Tem q mandar vir de Coihaique, 290 e tantos Kms. Ou seja, ficarei parado uns 2 a 3 dias.

Ainda bem que a maioria das coisas que mais queria fazer eu já fiz. Faltavam as Capillas de Marmol, o Ventisqueiro Colgante e fazer a travessia de ferry a Ilha Chiloe ou Puerto Montt. Como eu estava adiantado 3 dias terei apenas q cortar a ida às vinícolas. O que para mim não é nenhuma grande perda, pois como sabem, eu prefiro a natureza às coisas feitas pelo homem. Além disso, nos mercados o vinho é até mais barato.
Bom, agora é descansar e esperar q não há mais nada a fazer.
Antes que perguntem eu não tirei fotos da Ranger quebrada. Esqueci ou inconcientemente não quis mostrar a c@%$#@.

15º dia - 05/01/2014 - Domingo


Off Carretera.

Chile Chico - 0 Km

Dia de descanso e mais nada a relatar.
A não ser que eu ia fazer um passeio com a balsa as 16 h e perdi por 2 minutos pq dormi demais. :-(
Fazer o que???
O jeito é lagartear para repor as energias.

O problema é q esta cidade não tem restaurante no domingo. Eu pelo menos não achei nenhum aberto. A vantagem foi que eu andei pra caramba, quase dei uma volta inteira na cidade. O que não é muito.

Curiosidades sobre a cidade, as ruas são arborizadas por árvores frutíferas. Tem pêssego amarelo (comi alguns), maçãs, abacate preto e outras que não consegui identificar pq não tinham frutos.

Pra nao ficar tao parado resolvi dar um pulo no outro lado da fronteira, na Argentina em Los Antiguos para abastecer (+ barato). Aproveitei p comer um belo hambuguer pq em Chile Chico, no Chile, parece uma cidade fantasma.

14º DIA – 04/01/2014 – sábado.



CARRETERA AUSTRAL.
Cochrane a Chile Chico - 180 Km

Adorei ficar no hostal da dona Trudy, mas tem um problema: ao lado tem um bar de karaokê e dance. Quando eram duas da manhã eles começaram a tocar uma música muiiiiito alta e eu acordei e não conseguia dormir mais. Só fui dormir lá pela 3 e meia pq tomei meio comprimido de um sedativo que levei e capotei até as 10 da manhã....


Como eram apenas 180 km não liguei de sair tarde. Tomei o desayuno (café da manhã) antes de sair e comi tudo o que colocaram na mesa. Pensei em almoçar em Puerto Guadal, pero no ache nadie lá, opa... não achei nada lá. Bem, o jeito é seguir viagem.

Desde uma vila chamada Puerto Bertrand, a estrada começa de ficar nas bordas dos lagos. O primeiro é o Lago Bertrand. O segundo é o lago General Carrera, o segundo maior lago da América do sul depois do lago Titicaca da Bolívia.

É aqui que as coisas ficam boas... Eu já falei a palavra espetáculo??? Não neste relato. Gente, vcs não tem noção até ver o lago e as montanhas nevadas a sua volta. A estrada se contorce na beira de precipícios de mais de 200 ou 300 metros de altura escavados na rocha. E o dia hoje estava bem típico daqui nesta época: poucas nuvens, vento gelado e um céu azulão que só vendo nas fotos.

São tantas coisas para serem vistas e fotografadas que é aquele já famoso anda, para, anda, para e mais anda e para... É uma estrada fantástica. E o azul desse lago então? Não alterei em nada as fotos que postei. É tudo tal qual está nas fotos. Novamente é uma viajem tensa pq vc não pode bobear um segundo que é caixão na certa.

Cheguei em Chile Chico umas 16:30 h mais ou menos. Ai é que me lembrei de uma coisa, eu não almocei.............

Achei um hotel, o Hotel Austral, e depois fui bater perna pra achar um bom rango. Não achei nada que me agradasse, então fui no mercado, comprei frutas, salgadinhos e algo pra por no pão e esta foi a minha segunda refeição no dia. Lá pelas 23 h eu capotei...

Só isso por hoje.

13º DIA – 03/01/2014 – sexta

CARRETERA AUSTRAL.
Villa O’Higgins a Cochrane – + ou - 280 Km

Acordei tarde. Tomei o café da manhã, que por sinal é muito bom, o melhor até agora. Tinha ovos mexidos, um pão de forma com queijo dentro prensado numa sanduicheira, mais duas torradas, manteiga, doce, café com leite e suco de laranja. Realmente o hostel El Mosco é minha recomendação máxima em O’Higgins. Te um hotel melhor, mas custa os olhos da cara. Olhe o nome: Robinson Crusoe, Deep Patagonian Lodge. Chique no urtimo.

Hoje eu ia fazer umas caminhadas curtas com duração de 2 horas e 1 hora apenas, entretanto o tempo piorou muito durante a noite. O vento patagônico chegou valendo, e com ele veio a chuva e garoa. Bem, pensei, vou seguir a estrada até a balsa bricando nos riozinhos para ver se pego minha primeira truta.

A balsa sairia as 19 h e eu fui beeem devagar pela estrada já que eram uma 11 horas. Na segunda ponte, que é o canal de deságue do lago Cisnes eu parei a Ranger depois da ponte, arrumei as tralhas e segui para arremessar de cima da ponte. E qual foi a minha surpresa ao chegar em cima da ponte e olhar para baixo onde ainda havia barranco e avistar um Huemul (um veado da região) comendo frutinha e folhas de uma árvore. Saquei o celular q estava no meu bolso e tirei algumas fotos. Como o animal não se assustou nem um pouco com a minha presença eu sai de fininho e fui na Ranger pegar a Canon. Voltei e o huemul estava lá tranquilo, tranquilo comendo as suas folhas. Deu para tirar fotos, filmar e voltar pro carro guardar a câmera que o bicho não saia dali. Só saiu quando se fartou de folhas. Enquanto isso eu já estava pescando e só observando o veado ir embora bem de mansinho.

Nesse dia estreei a japona corta vento impermeável que tinha comprado para viajem a Ushuaia. Foi utilíssima já que o tempo estava bem ruim. Não parava de garoar, chover, e ventar.

Parei para tentar pescar em quase todos os rios e nada. Já estava o último rio antes da balsa e resolvi testar. Joguei a isca (um spiner tipo daqueles de traira), vim puxando e senti a fisgada. Depois de uma breve briga tirei minha primeira truta. Tinha uns 30 cm mais ou menos. E o bichinho mordeu a isca pra valer, foi uma dificuldade retirar a garateia sem machucá-lo muito para devolvê-lo ao rio. Depois disso peguei mais um pequenino e só.

Segui para a balsa e ainda fiquei esperando quase duas horas antes de partirmos para o outro lado da carretera.

Depois de 45 minutos de navegação chegamos ao outro lado. Fui o primeiro a sair da balsa e estava com pressa. Já eram quase 20 horas e eu não queria dirigir no escuro. Só lembrando que por aqui o sol se põe lá pelas 23 h. Como a chuva quase não dava trégua segui num ritmo forte, porem cauteloso pois a estrada não dá margem a erros. Errou, dançou.
Cheguei à pacata Cochrane as 22 h e fui direto ao hostal da dona Trudy que ficou bem feliz em me ver. Ela me deu um quarto maior ao preço do menor. Um amor de pessoa a dona Trudy, me lembra a minha mãe.

Não tem muitas fotos do dia de hoje.

Abraços galera.

12º DIA – 02/01/2014 - quinta

CARRETERA AUSTRAL.

Villa O’Higgins – 150 Km

Esqueci de falar que em Villa O’Higgins eu fiquei no hostel El Mosko. Recomendo a todos os viajantes. Quartos com banheiro, sem banheiro, e quartos coletivos como todo bom albergue. Tudo muito limpo, um ambiente agradável, pessoas do mundo todo. Inclusive encontrei um casal de curitibanos que está viajando 1000 dias pela América, o Rodrigo e a Ana. O site deles é WWW.1000dias.com .


Neste dia resolvi dormir até tarde e fazer apenas passeios com a caminhonete, exceto uma caminhada leve até o mirante da cidade. O dia estava ótimo, sol e nuvens na medida certa. Fui ao final da Carretera Austral, depois fui ao final da estrada que deveria levar até a Argentina, o paso Mayer. Só que no momento só dá para passar a pé. Fiz minha primeira tentativa de pescar uma truta. Usei uma isca em fomato de grilo que foi beliscada umas vezes. Numa das vezes o peixe chegou a pegar, porém ao dar 2 pulos fora da água ele escapou.

A Villa em si não tem nada de muito interessante, mas os arredores tem várias possibilidades de caminhadas, tem onde pescar etc. É impressionante o numero de pessoas de países que vão da Alemanha aos EUA. É uma mistura de pessoas e raças que chega a confundir. Principalmente quando vc começa falando portunhol, e termina no meu Inglês fraco... Daí confunde tudo.

Muitas belas fotos novamente, neste que deve ser um dos lugares mais belos do mundo.

Por hoje é só.

11º DIA – 01/01/2014 – quarta

11º DIA – 01/01/2014 – quarta. CARRETERA AUSTRAL.
 Cochrane (Chile) a Caleta Tortel e Villa O’Higgins – mais ou menos 280 Km.

No dia anterior eu tive uma pequena noção do que é a Carretera Austral, entretanto nada poderia me preparar para tanta beleza que eu vi hoje. Simplesmente MARAVILHOSO. Faltam palavras para descrever a estrada.

Aconselhado pela Senhora Trudy, a dona do hostal em que dormi, resolvi que iria passar para O’Higgins na balsa das 18 horas. Então saindo as 10 da manhã poderia desfrutar da estrada com mais tranquilidade e ainda visitar a Caleta Tortel antes de chegar a hora de passar pelo braço de mar que separa dos últimos 100 Km até a Villa.

Saindo de Cochrane a estrada vai ao lado de lagos, montanhas nevadas e espetaculares visuais. Mas a medida que ela vai estreitando e subindo e descendo montanhas as coisas vão ficando cada vez melhores. O problema de se estar sozinho é que se tem de parar a cada 2 Km para bater uma foto. Sem chance de tirar foto e dirigir, a estrada é perigosíssima e qualquer vacilo de 1 segundo vc pode cair num abismo e esperar horas ou dias até te acharem.

Quanto mais perto de Caleta Tortel vai se chegando maiores e mais numerosas são as cascatas. Sem brincadeira, são CENTENAS de cascatas, uma mais graciosa que a outra. Eu nunca vi nada tão belo na minha vida. Eu não estava preparado para tamanha beleza. E isso que o tempo não ajudou. Estava assim: chovia, fazia sol, garoa, teve até granizo e quase, quase nevou. Esqueci-me de mencionar que na noite de Ano Novo nevou nos picos a volta de Cochrane e ai tudo ficou muito, mas muito mais bonito.
 Sei que quase fiquei com torcicolo de tanto olhar para a minha direita e iluminar meus olhos com a beleza de tantas cascatas. A mão de Deus é simplesmente maravilhosa.

Uns 40 Km antes de Puerto Yungay, onde se pega a balsa, tem a estrada de 22 Km que leva a Caleta Tortel. Novamente com centenas de cascatas e um rio ao lado. Neste trecho o tempo estava fechado, chovendo e com muito vento. Pensei que não iria dar para curtir a pequena cidade. Porém à medida que fui me aproximando do lugar o tempo foi se abrindo e ao chegar lá havia até um pouco de sol. Muita sorte.

Caleta Tortel é uma pequena cidade a beira da foz do rio Baker no oceano Pacífico. Quase que sua totalidade é construída em cima de palafitas e por isso, não há ruas. A gente chega, estaciona o carro na entrada e segue caminhando por suas passarelas que bordejam o mar e sobem e descem as encostas. É muito pitoresco o lugar. Existem até praças em cima das palafitas com balanças, gangorras e escorregadores para as crianças. A “cidade” tem de tudo, armazéns, ginásios de esporte, prefeitura, rádio, vários atracadouros, igrejas, mirantes, restaurantes, hospedagens etc. E tudo ligado por passarelas de madeira da região. Vcs vão ver nas fotos como é interessantíssimo. Fiquei uma hora e meia e não andei em tudo. O lugar é um verdadeiro labirinto de passarelas que sobem, descem e as vezes dão em um beco sem saída, como eu pude experimentar.

Seguindo adiante, voltei os 22 Km até a estrada principal, não sem antes parar para tirar numerosas fotos de outras cascatas. Ali ao porto são 43 Km. Novamente em meio a tantas cascatas que as vezes parece que elas vão cair no meio da estrada em cima do carro. Tem de todo tamanho e tipo que vcs pensarem. Não cansava de agradecer a Deus pela oportunidade que ele estava me dando.

Cheguei ao porto uma hora antes da partida. A balsa tinha lugar para uns 12 carros mais ou menos. As 18 horas partimos para um trecho de apenas 45 minutos de navegação. Todos os carros desceram e eu sai por último pois iria parar muito no caminho. A uns 30 Km do porto, vi um caroneiro e resolvi parar, já que todos à minha frente não o fizeram. Era um americano de Wyoming (não sei se é assim que se escreve) que está percorrendo a região a pé e de caiaque inflável. Troquei algumas palavras em inglês com ele e vi que tenho que estudar muiiiito para conseguir conversar. Eu até entendia bem o que ele falava, mas na hora de responder as coisas travavam. Fora que acabei me confundindo com inglês, espanhol, português... KKKKK

Depois do porto tem mais 100 Km do mesmo tipo de estrada que já descrevi antes, ou seja, cascatas, lagos, rios, montanhas nevadas etc. Um espetáculo. A, eu já falei isso??? Bem eu acho que vou falar muito mais até o final da viajem. Não dá para destacar nada, tudo é grandioso. E a estrada em si então??? Há que se louvar esta obra da engenharia chilena. Tem horas que vc vê a estrada lá do outro lado de um lago e não imagina como vai se chegar lá. Realmente é um prodígio da força humana ante a natureza.

Finalmente, às 21 horas, cheguei a Villa O’Higgins O destino final de minha jornada e o começo de meu retorno. Daqui até o final da Carretera são mais mil e tantos Km. A partir de Puerto Montt (daqui a alguns dias) só tem asfalto, umas vinícolas e o caminho de casa.
 Vamos ver o que 2014 reserva para minha vida.

 Para quem aguentou ler isso tudo Um abraço.